ENCARANDO A INCERTEZA
O que surge todos os dias é a relação da crise mundial que acontece agora, com as crises pessoais que, em retrospectiva, têm paralelos com as profecias bíblicas que se encaixam de forma flagrante na situação atual.
A realidade não linear e complexa das mudanças que enfrentamos hoje e continuaremos a enfrentar nas décadas vindouras na escala das mudanças econômicas, ambientais, geopolíticas, sociais e epidêmicas sem precedentes, demanda uma flexibilidade de ideias e soluções na mentalidade e aceitação humana sobre o desconhecido, exigindo que olhemos ao mesmo tempo o passado e o futuro da humanidade.
A exposição ao vírus, as dificuldades financeiras com o impacto econômico da pandemia nas famílias, aumentos induzidos no tempo de cuidados infantis, a saúde mental dos pais e mães de família em meio ao stress, interação pais e filhos, e o ajustamento das crianças adicionados às perdas de emprego e de rendimentos financeiro familiar estão fortemente associadas ao aumento crescente de divórcios.
Vivemos numa era de crises. Em 2008 o mundo vivenciou a recessão econômica sistêmica que começou a tomar conta do sistema financeiro, causada por uma variedade de desequilíbrios que se acumularam ao mesmo tempo em várias economias, como resultado de uma bolha imobiliária e financeira, quando os níveis insustentáveis de dívida tinham sido assumidos num patamar em que também havia falta de qualidade de crédito para muitos ativos, simultaneamente a um aumento do nível de endividamento das empresas e das famílias e uma alavancagem excessiva de uma parte considerável do sistema financeiro provocando a falência de muitas empresas e instituições financeiras carregadas de dívidas, parando a economia subitamente.
A grande pandemia de 2020, enraizada numa crise sanitária, em contraste com a causa financeira subjacente à recessão de 2008, tal como uma catástrofe natural, causando repercussões econômicas inesperadas de grande alcance é uma crise cíclica provocada porque a economia foi paralisada repentinamente em resposta a uma crise de saúde global, cujo alívio depende da rapidez com que as medidas de contenção são levantadas.
Compreendendo a cultura predominante na sociedade, com seus efeitos sobre nós, com a cultura agindo sobre o nosso pensamento e o dos outros, torna possível olhar para um problema ou questão sob uma visão diferente.
A lógica prescreve que uma das primeiras ações a tomar numa crise é recuperar o controle da situação, para deter o poder sobre o resultado pela forma como escolher responder.
Entretanto, em meio à corrupção governamental e política, de decisões inconsistentes a nível federal, com os estados e municípios criando uma resposta desarticulada que difere de cidade para cidade, a falta de uma liderança adequada durante uma pandemia, e o descaso político, como responder adequadamente à crise?
O veneno da corrupção governamental e do abuso de poder nas tentações de utilizar departamentos governamentais para fins privados são sutis e generalizados, corrói a confiança das pessoas no governo e nas instituições, torna as políticas públicas menos eficazes e justas e culmina na escassez de bens ou serviço em relação à sua necessidade limitando a qualidade de serviços e a manutenção de saneamento, escolas, estradas, e hospitais, se estendendo à máquina política controlando as eleições, recompensando os apoiantes com empregos e favores, e a falta de justiça.
Observando os comportamentos das pessoas décadas atrás comparando-os às atitudes atuais, evidenciamos que houve mudanças na percentagem de pessoas que têm hoje uma cosmovisão bíblica, deixando claro que temos hoje uma crise de visão do mundo e esta crise terá efeitos desastrosos nas gerações futuras.
Estamos deixando Deus de lado. Se a crença oferece às nações no Evangelho a única esperança que a humanidade tem porque estamos caídos e vivemos num mundo caído, e se a própria Igreja se encontra numa crise espiritualmente debilitante, então a crise da fé torna-se, também, numa intensa dificuldade que o mundo enfrenta. Esta é a crise crucial que está na origem da nossa inabilidade de lidar com todas as outras crises que enfrentamos.