Voz da revolta.
Não eu não sou descendente das bruxas que sobreviveram
Nem a reencarnação das que vocês queimaram nas fogueiras
Mas sou toda a revolta delas
Sou a voz das dores de todas indiazinhas que vocês estupraram mataram seus pais.
As donzelas catequizadas
As esposas despojadas.
Tenho as lágrimas das meninas do Oriente obrigadas a casar antes da menarca
O desespero de todas as crianças abusadas, abandonadas, esfomeadas do mundo
Eu não sou rebelde eu sou revoltada
Trago em mim os gritos de todos os injustiçados
os negros, os índios os magros judeus do holocausto
Trago a dor de Anne Frank estampado no peito
Trago o grito de Olga a comunista
Trago os abortos de Frida A paz de Cheguevara Trago Anita Garibaldi dentro do meu coração
E eu sei bem que tem quem quer que eu me cale
Mas não vão me calar
sai da caverna
vesti a armadura da justiça
a coroa da verdade é lutarei com minha espada contra tudo que estiver ao meu alcance
Eu me levantei das cinzas para lutar
por igualdade verdade justiça
A voz da poetisa do campo
A brisa do vento que de repente vira furacão.