A beleza do fim
E numa tarde fria e nublada de outono, que pode ou não ser hoje ou daqui a vinte anos, enquanto você toma uma xícara de café, finalmente percebe que os clichês, na maioria das vezes, estão certos.
"Todas as pessoas que passam pela nossa vida deixam um pouco de si e levam um pouco de nós"
Pouco importa se estamos falando de uma pessoa incrível ou de uma incrivelmente babaca, invariavelmente a troca existe. O que ofertamos a outra pessoa e que ela se lembrará para sempre talvez nunca venhamos a saber, mas infelizmente ou felizmente, cultivamos manias, aprendemos coisas novas, vivemos outras experiências e isso tudo agrega nossa personalidade. Posso dizer que grande parte do que eu sou, do que eu conheço, das minhas manias e meus gostos vieram de outras pessoas. Posso até citar alguns: Nirvana, cerveja, guerras mundiais, economia, muay thai...
É engraçado pensar, mas sem todos os tombos que tomei, sem todos os joelhos ralados, sem todas as lágrimas, eu jamais seria eu. Eu sou porque já fui, porque já fomos e porque voltei a ser. Todas as vezes que volto a ser, tenho uma nova concepção do eu. Mais madura, com mais conhecimento e com um novo olhar e sinceramente, essa é a beleza do fim.
Todo fim de um ciclo tem a elegância de nos mostrar a intensidade de um recomeço e isso é simplesmente mágico!
Liberte-se da dor, liberte-se das lágrimas, da vicissitude de se perguntar onde e com quem o outro está. Em vez disso, pergunte-se: o que eu aprendi de bom?
Observe o processo. Descubra-se e redescubra-se novamente.
A beleza do fim é o renascimento de um novo eu.