O TRIBUNAL DA CONSCIÊNCIA

Os seres humanos são essencialmente sociais, já na constituição da família, que se torna a base ou estrutura da sociedade como um todo, onde as pessoas se relacionam e organizam o sistema, e onde através das suas habilidades pessoais, as necessidades de todos são satisfeitas reciprocamente, desde as mais simples até as de maior complexidade. Esse relacionamento não é uniforme, pois ele sofre os efeitos e consequências das qualidades, das conveniências e dos conceitos éticos e morais de cada indivíduo, o que reveste esse relacionamento de complexas características e múltiplos desdobramentos.

Todos os atributos, de todas as qualidades, boas ou más, se distribuem entre os indivíduos, refletindo-se nos relacionamentos entre eles, os quais podem ser atenuados ou exacerbados, dependendo do tipo de entrosamento das relações interpessoais. Bondade, gratidão, solidariedade, compaixão, lealdade, amizade, perdão e amor, entre outros, e, maldade, ingratidão, egoísmo, impiedade, deslealdade, inimizade, cobiça, orgulho, inveja, ódio, entre outros, se misturam e permeiam todos os relacionamentos, revezando-se na predominância nas relações humanas, tudo girando em torno dos interesses e também das conveniências individuais, sejam nas boas ou nas más qualidades.

Os seres humanos têm noção bem definida sobre si mesmos, e sabem quais são os atributos qualificativos que predominam na sua estrutura pessoal, mas cada um sustenta a sua postura íntima diante desses ingredientes, mantendo-os na subjacência de todas as suas atividades, os quais podem se intensificar ou se arrefecer ao longo da vida, conforme as opções individuais que forem adotadas, e transformadas em atitudes ou ações concretas. Contudo, em função do contínuo revezamento do bem e do mal, que habitam nas qualidades ou atributos pessoais, ocorrem as alternâncias entre o bem e o mal estar: a tranquilidade e inquietações; paz e medo interior, que muitas vezes se tornam perceptíveis externamente.

O Tribunal da Consciência é um salão, onde as quatro paredes, o piso e o teto são revestidos por espelhos, e onde, ao adentrarmos, ficamos totalmente nus, e os espelhos refletem por completo essa nudez. Tudo fica exposto, escancarado diante de nós, e não há esconderijos, onde poderiam se alojar as dissimulações e os sofismas. Ali desfilam aos nossos olhos os detalhes da nossa vida pregressa, lembrando-nos do que fizemos e não deveríamos ter feito; do que dissemos e não deveríamos ter dito; do que não fizemos e deveríamos ter feito; do que não dissemos e deveríamos ter dito. Mas, o tempo passou e isso agora é impossível de corrigir, mesmo porque os cenários se desfizeram, e alguns dos personagens se foram, não mais existem, para que pudéssemos dizer a cada um: perdoe-me, eu te amo.

Resta-nos então, a alternativa de aproveitar o tempo restante, para mudar de direção, e não ficar cometendo os mesmos erros, como que correndo na esteira de exercícios, mas sem sair do mesmo lugar. A não ser, que isso seja contrário à nossa predestinação, pois no macro evento da insubordinação, duas partes das legiões apoiaram o Príncipe insubordinado, e uma parte foi contrária, mas as três partes deram origem à (massa) de que fomos formados. Assim, o destino de 66,6% é um, e o destino de 33,3% é outro, como se pode observar em Zacarias 13:8,9. Oxalá façamos parte dos 33,3%, não incluídos em Apocalipse 13:18).

Zacarias 13:8,9 – E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão, mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus.

Apocalipse 13:18 – Aqui há sabedoria: Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, porque é número de homens. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.