A DECÊNCIA E O OBSCENO

Uma alusão erótica não é, necessariamente, a que trata de assuntos sexuais ou contém menções libidinosas e atos obscenos. Um texto erótico não tem que incluir descrições de atos sexuais em seu teor. Também não é uma coletânea de depravações e de vocábulos de baixo calão.

Muitas vezes o texto erótico fala de sentimentos sensuais, das respectivas satisfações ou coisas fins. O sexo sempre esteve presente no cotidiano das criaturas, naturalmente, sem necessitar que seja transformado em devassidão.

Sexo é vida, é sinal de vitalidade, proporciona prazer e é responsável pela perpetuação de todas as espécies do planeta. Talvez, se o prazer não estivesse associado à reprodução, houvesse desinteresse pelo coito entre criaturas de sexos opostos e, consequentemente, estorvasse a procriação. Aí a reprodução estaria ameaçada, podendo provocar o despovoamento da Terra.

O texto erótico quando levado a termos semânticos é esplêndido. Porém, quando desanda para outros sentidos, pode se tornar obsceno, ou seja, instigador de torpezas. A generalização das obscenidades pode viciar e incitar atos infames, conduzindo uma sociedade, uma nação ao desfiladeiro.

Entretanto, o que se assiste nos últimos meses é um festival de torpezas e obscenidades, de imoralidades políticas praticadas pelos líderes das altas instituições públicas.

Enquanto o chefe do executivo tenta governar, mesmo que de alguma forma, atabalhoada, os chefes do parlamento e do poder judiciário se limitam a tentar travar a República, numa atitude lastimosamente obscena.

Embora semanticamente não tenha muito a ver com o erotismo, as imoralidades praticadas por essas instituições são imorais e aterradoras, contaminando e viciando toda uma sociedade, uma nação.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 11/04/2021
Reeditado em 11/04/2021
Código do texto: T7229723
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