EU E VOCÊ EXISTIMOS ALGUM DIA? (Republicação)

Fico imaginando o quanto nos amamos durante anos e anos. Durou bastante uma relação que aparentemente era de muito amor. Aos trancos a barrancos atravessamos fases difíceis, mais por culpa minha, confesso. Tínhamos tudo para uma felicidade completa apesar de momentos de dúvidas. Mas será que tudo isso realmente aconteceu? Minha mente está confusa, sou (ou fui?) um andarilho do tempo em busca de algo que perdi no decorrer dessa louca caminhada em busca de você.

Foram anos a fio, sentindo fome, sentindo sede, sentindo saudade, com uma agonia no coração, com incertezas por não saber se encontraria você. O cansaço me venceu enfim, por isso estou aqui com aquela esperança de ter chegado ao fim, de ter encontrado o que realmente queria. Não sei ainda se o que encontrei vale a pena. Percebo agora que lhe encontrei, mas nem posso chorar, não existem mais lágrimas, desconfio que não sou mais nada, talvez uma sombra de um corpo que não vive mais, uma sombra que continuou seu percurso em busca de apenas uma certeza para satisfazer o ego desse corpo que não soube dar valor a vida.

A procura não foi em vão, o cansaço me venceu, mas a perseverança não, o que me entristeceu foi o fato de ter encontrado você da forma que jamais esperava. Encontrei finalmente você depois de tanto procurar, encontrei o que restou daquele corpo que por muito tempo ficou ao lado do meu e que fugiu depois por motivos que minha mente nunca conseguiu assimilar. Encontrei o seu nome numa lápide neste escuro cemitério com a data antiga da sua partida me deixando a pensar se realmente eu e você existimos algum dia.