ARGONIO

Argonio é um indivíduo de meia-idade, mas, respeitosamente falando, com aura de velho - não idoso, mas velho, daqueles chatos. Tal qual sua aura, seus pensamentos também são arcaicos. É um daqueles que se sentem superiores ao povo "normal" (lê-se eu, você, seus amigos, seus vizinhos etc), isso porque simplesmente acha que seu óculos, roupa engomada e charuto fazem dele alguém excepcional - leve em consideração que esses "acessórios" também constroem a imagem daquilo que ele pensa que é: um intelectual. Então, com isso em "mãos", estufa o peito em pose de "autoridade", a fim de expor toda a sua posição de "relevância".

Argonio, vale lembrar, apesar de todo o fingimento para parecer alguém decente, é uma pessoa ex-ces-si-va-men-te hipócrita. Hipócrita? Sim! Sabe como? Dessa forma: solta, em muitas de suas verborragias bobas, tentando se 'manifestar' contra ideias ou ações que ele julga erradas (um moralismo "argoniano"), palavras grosseiras e condenatórias. Aos seus, é razão de ainda mais bajulação, aos outros fora de seu meio é momento de grande constrangimento às palavras indecentes e raivosas.

Por falar em raiva, Argonio também tenta parecer uma pessoa calma e equilibrada nos momentos de conflito, como discussões - sim, discussões, para Argonio, são conflitos, e não meras discussões. Então, num momento de discordância, ele vomita a mesma grosseria já explicitada, demonstrando o quão desequilibrado ele é.

É comum ver Argonio, como já disse, esbanjando uma falsa inteligência às pessoas e, como já deve ter ficado bem claro, isso transparece bem a sua arrogância. Ela, inflada por sua distopia vaidosa, dá a ele uma "segurança" do que fala, tornando seus ataques de pelanca ainda mais ridículos - mas é um belo entretenimento (para se ver de longe). É muito engraçado quando Argonio enche o peito para falar o que lhe incomoda e fazer seus ataques pessoais. Ele começa a falar e descrever pessoas ou ideias que não gosta. E vai falando, falando, falando. Parece até que está lendo uma lista mental.

E o mais engraçado é que tudo aquilo dito cabe a ele.

Argonio também costuma criticar o que desconhece. Como? Um livro, por exemplo. Ele sequer chegou a ler o prelúdio ou, pelo menos, a folha de Apresentação, NÃO. Simplesmente golfou a mesma besteirada de sempre, dizendo que o conteúdo do livro não presta e esculhambando o autor. O livro pode ser de História, por exemplo, também. História, fatos e pensamentos divergentes lhe deixam furioso. Furioso como o fogo que queimou a Biblioteca de Alexandria. Queima em si toda e qualquer oportunidade de abrir os olhos e conhecer o que a ignorância lhe impediu e fez nele nascer o pedantismo como sistema imunológico de sua burrice.

Quem se conforma com as palavras de "um", concorda com tudo que Argonio diz, pois ele é o único e verdadeiro (em toda sua vaidade) e é o emissor "onipresente" da verdade. Não se busca as palavras de um outro alguém com um mínimo de inteligência (não a inteligência argoniana, uma inteligência de fato). O Argonismo se espalha e adoenta as pessoas.