Transmutar no tempo
Medo de nao me alcançar
Pois corri pra longe de mim
E quanto mais fugia menos me reconhecia
Vi o mundo com os olhos que não eram os meus
Transformei a solidão em algo normal e a sanidade em loucura
Deixei a escuridão adentrar
Senti o peito doer e o coração quebrar
Mergulhei em mim, para me salvar e só me perdi
Esqueci de respirar e quase morri
E morrer para continuar viva foi a única solução
Eu corri, corri, corri e nao cheguei a lugar nenhum
Eu cai e continuei caindo
Me machucando, chorando e enfrentando as consequências das minhas escolhas
Enfrentando todos os fantasmas da infância
O des(amores) da adolescência
E a minha incapacidade de me perdoar e perdoar os outros
Guardei um universo sombrio dentro de mim
E numa noite qualquer deixei -o transbordar em lágrimas e gritos abafados
Esperei o tempo curar para enfim me reconhecer