Transmutar no tempo

Medo de nao me alcançar

Pois corri pra longe de mim

E quanto mais fugia menos me reconhecia

Vi o mundo com os olhos que não eram os meus

Transformei a solidão em algo normal e a sanidade em loucura

Deixei a escuridão adentrar

Senti o peito doer e o coração quebrar

Mergulhei em mim, para me salvar e só me perdi

Esqueci de respirar e quase morri

E morrer para continuar viva foi a única solução

Eu corri, corri, corri e nao cheguei a lugar nenhum

Eu cai e continuei caindo

Me machucando, chorando e enfrentando as consequências das minhas escolhas

Enfrentando todos os fantasmas da infância

O des(amores) da adolescência

E a minha incapacidade de me perdoar e perdoar os outros

Guardei um universo sombrio dentro de mim

E numa noite qualquer deixei -o transbordar em lágrimas e gritos abafados

Esperei o tempo curar para enfim me reconhecer

LucianaCsouza
Enviado por LucianaCsouza em 06/04/2021
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