DESCAMINHO
A teia inescapável da religião que moraliza as nossas vidas de maneira insidiosa, alimentando nossa carência psicológica à nossa índole e as qualidades inerentes das circunstâncias de existir subjacente à convicção dos princípios, se instituiu em nosso entendimento próprio, nos desabilitando a buscar o verdadeiro livramento para demolir esse poderoso conceito polido e infundado.
A religião desvirtua a nossa pronúncia à fé, transfigurando a relação de respeito com Deus, à antecipação espiritual atemporal do medo.
Os acontecimentos da atualidade da crise mundial de saúde, nos remetem a uma compreensão que estamos numa encruzilhada crucial em nossa vida social e espiritual por não enxergar que a maneira antiga de perceber as coisas já não funciona.
Portanto, para seguirmos juntos no futuro, precisamos de mais amor, de mais pessoas comprometidas umas com as outras com fidelidade e monogamia para diminuir a dor, a mágoa e a solidão.
Cabe às pessoas de fé e discernimento redescobrir o cristianismo sem as metáforas com avisos pretensiosos que não oferecem um modo de vida, sobre o inferno ser um tormento eterno e consciente representando a verdade central da fé cristã, que corrompe a mensagem de amor, paz, perdão e alegria de Jesus, e bloqueia a propagação da esperança que o mundo precisa desesperadamente de ouvir.
Muitos de nós crescemos em igrejas e lares onde aprendemos os nove versos e os Dez Decálogos, pensando que descobrimos a Bíblia, e que sabíamos o que isso significava, mas nunca experimentamos a presença envolvente de Deus.
Devido a poucas igrejas estarem verdadeiramente comprometidas com a jornada teológica, apesar de a Bíblia continuar em nosso âmago, alguns começaram a dimensionar a igreja e a questionar suas suposições ao perceber a Bíblia como um produto humano, em lugar de ser a criação de um decreto divino, pois, o propósito é abraçar o mistério, em lugar de conquistá-lo.
Às vezes, quando nos encontramos muito concordantes e intensos numa doutrina, precisamos dar um tempo para refletir no que realmente está no coração da nossa vida espiritual, no sentido de como a igreja influenciou a nossa caminhada com o Senhor, ao mesmo tempo, como nos situamos paralelamente em nossa vida cotidiana para avaliar a propriedade do que assimilamos e, se realmente estamos equipados para lidar com a autonomia da vida.
Onde a fé é escassa e o ensinamento é falho, a idolatria, as repetições, a mixagem e o delírio coletivo nos cultos nas várias denominações religiosas dominam o conceito e violam os cânones.
A apreensão e o aproveitamento do entendimento transformador da corporificação temporária e a centralidade do reconhecimento do sacramento no qual, através da palavra, pão e vinho se transubstanciam, respectivamente, no corpo e sangue de Cristo, diferenciam aquele que é católico daquele que é cristão, apesar de ambos seguirem a doutrina. Mas, qual deles realmente tem o entendimento apropriado como seguidor de Yeshua? Nessa diferenciação, também, podemos observar as visões básicas sobre a fragmentação do cristianismo, nos católicos e nos protestantes.
A centralidade religiosa lida com o princípio do amor maior ao Criador, a partilha fraternal e o poema da Criação de um mundo vasto, lindo e complementar para o homem, onde a expectativa divina urge por boas ações e a questão fundamental de se abster e livrar do pecado, facilitando uma segunda chance através do evangelho da restauração, redenção, renovação e o retorno a Deus.
Em meio à apropriação da convicção e o desespero por orientação, num mundo em mudança constante, a cada dia com mais informação, tecnologia e uma gama igualmente diversificada de pessoas cuja compreensão e sabedoria sobre encontrar Deus nos afazeres e nas rotinas do cotidiano, muitos pensam no Senhor, como uma influência cada vez menor, mais estreita e irrelevante, voltando-se para o misticismo, o fanatismo e o sectarismo.
Em lugar de entendermos a nossa posição central no universo da Criação e viver em suas formas para conhecermos as coisas, apenas atribuímos o nosso conhecimento ao citado e escrito, buscando entender o mistério, enquanto a nossa desatenção nos cega, por que não temos o interesse verdadeiro, preferindo continuar iludidos.
Basta dizermos “sim” ao Senhor Yahweh!