ÍNDIO
E quando por inocência
Perdido na mata
E com cada passo na terra
Com firmeza, eu me encontro
De toda a planta já nascida
Se eu não me sentisse dono
Quando por ingenuidade
Observo a aparência
Eu me engano
Se eu fosse esperto
Me precavesse
Teria longe de mim
Essas mãos
Que me tocaram
Teria de volta o ouro
Que me retiraram
Rios separam moradas
Moradas quando une
Compartilha de toda a tristeza
E bebo água desse rio
Para matar a minha sede
Se eu fosse menos curioso
Menos ansioso
Se eu quisesse ficar em casa
Mais atento
Viver o suficiente
Apreciar o momento
Das obrigações e atividades
Que todos fazem
Se retirasse de mim essa vontade
De ter o mundo em minhas mãos
De explorar cada região
Enfiando uma bandeira com as minhas mãos
Eu penso em plantar uma árvore no chão.
Chão de terra batida
Que o índio adora correr.
Hoje a terra com essa maldição
Que arde e sangra sem perceber
Que tem cacos espalhados chora
Feito chuva, sem sentir
E ele cada vez mais forte
Largo e grande, duro e forte
O Ego cresce mais um pouquinho
Devagarinho,
Sem ninguém ver.
E hoje percebi
Que vivo
Por você
Pura sorte.