Clamor de mares e terras
Foi aí que a corda apertou. Foi então que a ficha caiu.
Somos pro mundo como um carrapato imundo, que suga toda a vida da terra através de canudinhos feitos com notas de cem.
É uma vida destinada ao fim, de fato. Não há lugar nesta esfera azul que nos prometa mais 50 anos de humanidade.
Estamos fadados a provar do nosso próprio veneno.
Estamos conversando com o abismo enquanto gritamos nossas últimas palavras antes de atingirmos seu fim, pois em queda já estamos há algum tempo.
Como ter paz nesta vida se tudo no mundo importa mais do que ela? Se o som do caixa eletrônico e das trocas de likes nos iludem com essa falsa sensação de eternidade?
Não haverá choro ou remorso que espante a dolorosa colheita do fim.
Luto apenas para aceitar que esta dor é inevitável, que devemos dobrar nossos joelhos diante as súplicas de uma divindade muito maior que nós.