EU TU ELES, NÓS
A vida produziu a mente. Mas, o que podemos reivindicar legitimamente sobre a nossa compreensão em relação ao amplo espectro de questões baseadas na experiência ou dela derivado, se o nosso conhecimento reside entre a dúvida e o idealismo subjetivo?
A maioria de nós vive com a confiança nascida de nossa experiência empírica do mundo, de que as pessoas e coisas não são invenções da nossa imaginação, enquanto acreditamos que há uma realidade externa que existe independente de nós.
A palavra vida, como a condição de uma entidade que nasceu e ainda não morreu, que faz com que um ser esteja vivo, não é enraizada na ciência, e só tem qualquer correlato de bom senso, se estiver ligada a uma representação.
Com a nossa vida há uma identidade chamada humana, mas a entidade dentro dessa identidade, a noção da vida de estar viva, a consciência, seria essencialmente a própria vida?
De nenhuma forma a ciência forneceu evidências convincentes através de nenhuma lei conhecida da física ou química sobre o que favorece o surgimento do estado de vida sobre outros estados. De um ponto de vista material, o pressuposto que sustento, é, que a espontaneidade, o fenômeno da bio informação e a auto-organização é a união do princípio máximo de ação que é a nossa vida. Pensando de forma simplística, o significado da origem e eclosão da vida. Assim, a vida é a fusão de componentes materiais, e a morte, a separação desses componentes.
Se esse tipo de argumento antrópico é necessário, ou não, para entender nossa vida, que desejo que não seja e, acho satisfatório pensar que é provável que não apenas sejamos conscientes de estarmos localizados em um lugar particularmente especial em nosso próprio universo de existência pessoal. Também, anseio, que a nossa vida seja ligada a um sentido cósmico maior.
Apesar de apreciarmos a consciência um do outro pela fé, após dois mil anos de preocupação com a questão do fenômeno da consciência, a maioria dos cientistas cognitivos acredita que a percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais, assim como a capacidade de vivenciar, experimentar ou compreender aspectos ou a totalidade de seu mundo interior, é um fenômeno que surge da interação complexa de partes não conscientes.
Ter um senso de identidade e o sistema de controle executivo da mente, ciente de um objeto externo ou algo dentro de si mesmo, com a capacidade de experimentar ou sentir é a condição de estar desperto.
Sou mais inclinado a acreditar no que menos entendo, escolhendo ter uma mente aberta pela admiração do que uma fechada pela crença. Mas, acabo por crer no que quero acreditar, enviesando a minha interpretação nas afirmações que desejo.
Contudo, nossa inteligência é incompatível diante do que existe, porque a nossa coerência e pensamento são limitados. Para alguns, a existência precede a essência. Para outros, o que observamos não é a própria natureza, mas a condição exposta à nossa objeção, pois criamos nossos próprios valores.
Experimentarmos a propriedade não dualística da realidade e estarmos ciente dela, como é, vemos através da ilusão de que existem objetos separados, observados por um eu separado. Contudo, pode ser que haja algo além dessa perspectiva baseada na dualidade.
Quando Jesus disse "Ama o teu próximo como a ti mesmo", Ele expôs uma tomada de consciência de que o nosso "vizinho" na realidade não é diferente de nós, sugerindo que nós somos iguais ao outro, e o outro é igual a nós. Quando Jesus disse "O Reino de Deus está dentro de vós", Ele revelou que o “Reino dos Céus” não é um "objeto" ou "lugar" que está fora de nós. Ele também disse: "Eu e o Pai somos um", o que descreve a Sua experiência de Unidade em termos e palavras que eram inaceitáveis para a maioria dos seus seguidores naquela época. Contraditoriamente, na religião, o dogma baseado na dualidade afirma que "Deus" (ou a Realidade maior) é algo que está fora de nós e que está basicamente separado Dele. Mais uma antinomia na doutrina contra a verdadeira fé.