O que é corrupção?
Nos acostumamos com a ideia de que a corrupção está necessariamente associada a atos criminosos.
No entanto, corromper significa alterar a ordem natural ou esperada para um sistema.
Por exemplo, para haver corrupção no Sistema Judiciário, um ou mais juízes não precisam agir com dolo ou má-fé, se eles tomarem decisões erradas por imcompetência também estarão corrompendo o sistema.
Obviamente advogados mal intencionados poderão notar a falha e se aproveitarem para obter vantagens que lhes favorecerão de alguma forma.
As atitudes mais recentes dos ministros do Supremo Tribunal Federal estão provocando corrupção não “no” mas “do” Sistema Judiciário e da ordem legal do país.
A discussão se os ministros estão agindo motivados por interesses escusos, por vaidade ou imperícia é totalmente irrelevante neste momento.
O que está se materializando é a completa fuga de finalidades e inversão de valores que poderá institucionalizar o crime no Brasil.
A situação se torna mais séria pelo apoio de advogados que foram beneficiados por um novo filão de ouro que surgiu com a Operação Lava Jato e parte da população que aplaude as atitudes dos ministros porque seu ídolo é o beneficiário imediato.
Contudo, esses “cidadãos”, entre aspas porque eles não têm perfeita noção do significado do termo, não levam em conta que não serão beneficiados pela falta de Justiça, porque não estarão entre os que podem manejá-la a seu favor.
Num país onde não prevale o Estado de Direito, quem tem dinheiro e/ou armas, ou vice-versa, dita as regras.
Apenas para refrescar a memória, lembremos da Colômbia dos tempos de Pablo Escobar e do México.
Por maior que seja a admiração que sentimos por um indivíduo, ele nunca passará disso, um indivíduo num conjunto de duas centenas de milhões.
Não há um mínimo de racionalidade em se pretender sacrificar a segurança de 210 milhões de pessoas em troca dos caprichos de uma só.
Estamos prestes a assistir o que pode ser o maior caso de corrupção da História da Humanidade.