Avenida
Eu ouvia os gritos, não estavam longe
Estavam dentro, era o meu relento
Eu ouvia as vozes, não eram novas
As velhas dores, as velhas auroras
Um pouco de nós sempre está no querer
Porque ser livre não pode ser
Sendo livre a correr, como posso cansar?
Se livre sou, como não escolho o que amar?
Se posso ir, por que devo ficar?
Se posso sorrir, por que é mais fácil chorar?
Se a terra é boa, por que danificar?
Se você não vê, por que insiste em olhar?
Seria fácil quebrar, estilhaçar até o limite
O espírito do tempo é frágil, mas insiste
Se dobra aos vis quereres, e sempre finge
Parece novo, mas é um velho artífice