Do que não sabes

Invisível ao olho do mundo
É esse trapo imundo
Nem sabes do oriundo
Que em sarjeta levita
E tu, 
A sua cara evita
Evito eu antes a tua!
Porque és estúpida criatura
Enrolada em caros panos
Afogada num único engano:
Te denominas humano
Não sabes da sobra das meias verdades
Das tantas vontades...
Da negra fumaça que abraça
Da boca que pinga a cachaça
Do sábio desfeito em vício
Refeito em seu precipício
E eu, 
Invejo o cume donde salta
Porque abandona esta vida barata
S'esconde noutro mundo
Onde não é mais trapo imundo
E a teu cego olho jaz tão somente o defunto...


 
Adah
Enviado por Adah em 23/03/2021
Reeditado em 24/03/2021
Código do texto: T7213803
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