Oblíquo
As águas se movem lentamente
Um despertar sonolento, vagaroso
Um mundo mergulhado nas brumas
Todos à espera, todos paralisados
Escrevemos cartas sem remetente
Nesse lapso de identidade oblíqua
Erguemos nosso ego alto como as estrelas
E então o sol não pode mais mostrar sua luz
À luz da verdade toda nudez se expõe
Todo pecado grita, e todo medo queima
A alma em chamas é devorada
A pele se enrijece sob a perspectiva do novo
Porque nem sempre é bom mudar
Deslocar sentimentos, sangrar feridas
Emancipação existencial ou escravidão moral?
O mundo apenas caminha no vácuo dos ideais