Lembrei de você

Uma música que tocou naquela tarde me fez entender que era você o meu grande amor. Ao fazer uma escolha um tanto exótica, do tipo de música que não é tão comum encontrar quem aprecie hoje em dia, minha garganta fechou. Parei de respirar por um segundo e tentei desviar o olhar para não entregar, que naquele momento, o manto da verdade caiu em meu colo. É amor o que eu sinto por você.

Foi na dança descontraída e por brincadeira naquela tarde, enquanto o sol entrava pela janela e o rádio tocava, que eu soube que você era meu mundo, mas que eu jamais poderia te ter. Não nessa vida.

Seus demônios e os meus, o que dizer... talvez o próprio tempo também seja nosso inimigo.

Que difícil sentir e provar o quanto poderíamos ser felizes juntos, só que entender que não é possível. Você me disse adeus antes e eu abri meu peito para respeitar a sua liberdade. Mesmo diante da sua despedida eu te amei. E te amo em toda a sua escolha, te respeito, te quero e te guardarei por toda a minha vida como o amor que vivi sem viver.

A amizade é o elo mais verdadeiro entre nós, mas assumo que no meu olhar ainda reside o que fomos um dia. Tento seguir sem você, ainda relutante, devo assumir. Porém, torço para que no futuro não nos arrependamos de não ter dado uma chance ao que poderíamos ter sido.

Enquanto tocarem músicas antigas ou falarem um francês solto; enquanto tomarem um vinho e rirem de algum exagero bobo, lembrarei de você. Sempre, sempre, sempre. O amor que não pude viver ainda.