Bêbado de ontem
Passos arrastados por becos escuros, tomado de sombras e esquecido pela luz. Tomado de amor, mas de medo também. E você está ali, andando com esses pés que podem muito bem flutuar, mas que são modestos em demais, e preferem se arrastar como um homem manco. E ali, naquele beco escuro esquecido pelo mundo, seus olhos brilham e são como estrelas.
Pode abrir os olhos, deixa a luz deles queimar os olhos dos homens, pode flutuar pelos céus, abra sim suas asas de prata. Vai, vai sim. Não se deixe pra trás. Leva essa alma impecável até o fim do arco-íris e ame; ame e sinta, sinta o mundo, veja essas nuances, regue á essas plantas que crescerão até os céus.
Todos os momentos que passei contigo foram únicos e minha memória faz questão de reviver tudo até eu me embriagar em passado e, bêbado de ontem, caio pelos cantos com sorrisos da mais fluída alegria.