Impotência e solidão
Eu caminho lentamente...
A estrada coberta de neve, o sol descansa há alguns dias
O frio se estreita e desliza pelas frestas das cabanas e dos corações
Há um poder maligno no ar, ansiedade, insegurança e medo
Minha vila, minha casa, as pessoas que amo estão sendo afetadas
Eu as vejo caindo, desistindo, seus corações destroçados
Para as almas do meu tempo, apenas existir deixou de ser importante
É preciso ser especial, é preciso fazer algo fenomenal, é preciso querer mais e conquistar
O simples passou a ser ridículo, ser comum é quase um crime
Uma geração que gera sua própria loucura, para fugir da loucura que nos cerca
Enquanto novos vírus dominam, novas tecnologias assustam, novos medos vão crescendo...
Há uma guerra mortal nos arredores, atacados por inimigos externos temos tanto medo de morrer que nos antecipamos
E assim morremos por dentro...
Alguns chamariam isso de suicídio, outros chamariam de honra,
a nomenclatura pode mudar conforme o expectador
mas o sentimento é um só: impotência e solidão...