Poema frustrado

De repente, é manhã outra vez.

Não consegui dormir ou será que não foi o suficiente?

Tenho que sair correndo para não perder o ônibus,

Para não perder o emprego,

Para ter o que comer,

O que vestir,

Onde morar.

Já é hora do almoço?

Não!

Ainda tenho muito trabalho para fazer,

Para não ter tempo de almoçar.

Um lanche rápido,

Que nem consigo sentir o gosto.

Do café quente que desce pela minha garganta,

Queimando meu estômago.

Ânimo para continuar.

Papéis e mais papéis.

Pilhas deles.

Hora de ir para casa,

Correndo para descansar,

Mas estou cansado demais para correr.

Sapatos fora dos pés,

Mas não posso sentar ainda.

Tenho coisas parra fazer.

Roupa para lavar,

Casa para limpar,

O que comer?

E de repente, já são dez da noite,

Estou jogando na cama.

Tentando relaxar,

Mas como, se de repente, já é manhã?

F J Castilho
Enviado por F J Castilho em 06/03/2021
Código do texto: T7200230
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