Meu medo
Meu medo tem cor, cheiro e nome. Tem história e sentimento. Meu medo não é por mim, mas pelos que amo. Analisando friamente sim, é o amor egoísta que não quer ausência. Pra mim, amor sempre foi presença, mesmo que distante. Temo não saber. Não saber e não poder cuidar, zelar, velar. Temo a separação que talvez nunca ocorra, mas chora junto com os outros a dor alheia. As rugas de preocupação na testa, os olhos alertas e o corpo tenso. A máscara não esconde as vibrações, o corpo mostra os sentimentos. Na rua, apenas as crianças e os animais, em abençoada inocência, sorriem com plenitude. Abençoados anjos, senhores de si mesmos, vivendo um agora, sem pensar no depois.