Aquela falta
Falta de chegar e sentar na mesa
Brincar com o cachorro
Abrir o coração
Sentir a escuta
Estou em casa, estou família, estou com você
A garganta está fechada de tanta coisa enterrada
Penso, logo calo
No anseio de partilhar, só eu tendo a ficar
Sinto falta de respirar, minha vontade? Navegar no teu mar.
Era pensamento, virou poema, não importa, não precisa rimar, o que se perdeu não vai mais importar.
Aquela falta é de meu sorriso. É das épocas felizes. É de quem eu era e de quem eu fui.
Minha saudade tem nome. Vários nomes. Que vão do A ao Z. Mas o coração partido, destroçado e enterrado, jaz de alguém que amou viver, mais do que tem anseio de morrer.
Mais que o céu estrelado, de todas as lembranças, fecho os olhos e imagino um dia de paz. Espero uma amanhã quase normal, quase igual. Espero uma paz que não existe. Espero uma vida que acabou. Espero por coisas que não existem. Espero por sonhos que a vida levou.
Eu espero por mim.
Não sei quando vou voltar.
Mas sinto, profundamente, aquela falta.