Aquela falta

Falta de chegar e sentar na mesa

Brincar com o cachorro

Abrir o coração

Sentir a escuta

Estou em casa, estou família, estou com você

A garganta está fechada de tanta coisa enterrada

Penso, logo calo

No anseio de partilhar, só eu tendo a ficar

Sinto falta de respirar, minha vontade? Navegar no teu mar.

Era pensamento, virou poema, não importa, não precisa rimar, o que se perdeu não vai mais importar.

Aquela falta é de meu sorriso. É das épocas felizes. É de quem eu era e de quem eu fui.

Minha saudade tem nome. Vários nomes. Que vão do A ao Z. Mas o coração partido, destroçado e enterrado, jaz de alguém que amou viver, mais do que tem anseio de morrer.

Mais que o céu estrelado, de todas as lembranças, fecho os olhos e imagino um dia de paz. Espero uma amanhã quase normal, quase igual. Espero uma paz que não existe. Espero uma vida que acabou. Espero por coisas que não existem. Espero por sonhos que a vida levou.

Eu espero por mim.

Não sei quando vou voltar.

Mas sinto, profundamente, aquela falta.

Tamyrys Hadassa
Enviado por Tamyrys Hadassa em 05/03/2021
Código do texto: T7199382
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