DIANTE DO MEDO DE OUTRO MERGULHO
Diante do medo de outro mergulho
Um mundo diante de mim me aguarda.
Me consome, me dilacera lentamente
em pedaços mastigados, que ainda sangram,
que denunciam o abandono, a solidão,
todas as marcas de uma grande paixão.
O mar, hoje, pareceu muito mais escuro.
Tive medo do mergulho, meu coração quase parou.
O frio de todos os meus invernos
sopraram diretamente em mim o vento gélido
de uma ausência mais que percebida.
Desamparado e aflito, disfarçando meu medo,
sabia que estava ali, no fundo daquele mar
toda a minha vida, tudo o que nunca foi segredo.
E mesmo assim, esses doídos pedaços de mim,
tingiram as águas e mancharam minha vida.