A Ilha
Porção de terra cercada por sonhos em todos os lados
Me abraça em teus braços fortes até que me sinta em casa
Abranda esta alma errante com teus aromas mais morenos
Inebria-me com teu rum de carvalhos centenários
Americanas ou francesas árvores deitaram-se para ti
No Porto fizeram morada dos vinhos mais fortificados
Décadas curtidas as margens do d ouro ao som do fado
Cruzaram esses barris o velho canal que a tanto separam
Os defensores dos sentidos dos que prezam pela razão
E curtiram o uísque do mundo mais festejado
Retornaram ao continente para criar conhaque
Brincaram entre o pragmatismo e o racionalismo continental
Para ao fim guardarem pouso ao néctar do caribe
A ilha que concebeu as rosas brancas de Martí
Que acolheu Hemingway como definitiva morada
Receba-me agora com teus melhores tabacos
Entretenha-me com ritmos do buena vista social club
Apresenta-me as mais belas e coloridas negras
Pois sou feito barril de carvalho que rodou o mundo
Provou dos elixires mais diversos e requintados
E aguarda seu derradeiro repouso em tuas praias
Que o conto da ilha desconhecida se revele
E que eu flutue junto com tua quimera de liberdade
Havana minha amante morena
Sob teus lençóis minha alma há de descansar
Pois sou cercado de azul feito ilha
E repleto de sonhos que se perdem no mar