Me sufoco

Em meu quarto me vejo pensando como sempre em minha própria vivência.

Penso em como vivo a criar cenários de possibilidades que poderia viver, mais do que eu próprio vivo o meu presente, e como poderia viver? A vontade de viver me mata devido a minha consciência trazer à tona a futilidade de meus desejos, e me levo a armadilha que é pensar no mundo como uma ficção vazia. Queria não pensar e conseguir agir da forma mais instintiva possível, mesmo que seja irracional, apenas para satisfazer minhas vaidades, porém como alguém consciente se torna um homem de ação para isso? Novamente minha consciência me lembra que meus desejos são vazios.

O que fazer quando se é seu próprio inimigo? Não posso discordar quando Sócrates diz "A vida não examinada não vale a pena ser vivida pelo homem", mas a consciência exacerbada que analisa a si própria me é sentida como doença, talvez buscar viver sempre na racionalidade seja uma doença contraída pelo homem.