Torneira entreaberta

A Solidão devasta

até que se entenda que ela

até certa medida,

se encaixa bem, se adequa

a um espaço vazio

e esse vazio é necessário.

vazio, de que?

o por que vazio?

com o que que ele se preenche?

o que é preenchimento?

onde minhas palavras se acumulam

também é por onde elas jorram,

como uma torneira aberta

seguindo um fluxo contínuo, dentro da

minha ideia de tempo.

Solitude, plenitude

antes de se encontrar lá fora,

se encontre dentro.

são tantos questionamentos,

no silêncio da noite que ao mesmo tempo,

é tão barulhento.

É cômodo, permanecer vivendo

sem se jogar para os movimentos

que a vida faz.

Movimentos esses, que

não aceita resistência.

Há aquela frequência,

que vibra, solidifica o insolidificável.

Paro, respiro.

Fecho a torneira.

Thaíssa Castro
Enviado por Thaíssa Castro em 24/02/2021
Código do texto: T7192409
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