Procuro
Procuro, pelas gavetas, pelo chão que varri há tantos séculos
Procuro pelos vãos, que de tão vãos
Procuro, dentro dos meus internos, e nas retinas secas.
Procuro, pelos telhados molhados
Pelas tralhas que guardei por preciosas que são.
Procuro, nas minhas letras tortas, nos cadernos dos meus filhos, tintas secas canetas de outros tempos.
Procuro nas enxurradas, nas humildes roupas molhadas.
No cheiro da sopa, no pijaminha de dormir.
Eu procuro a FÉ no Deus e no homem!
Eu procuro a FÉ em mim!
Procuro a magnitude, o gesto da mão, em tão miserável falta de pão.
Procuro a razão, e não deveria jamais, jamais...procurar o que sempre soube, o normal da vida!
Amém a esse Deus cheio de dedos e hierarquias, amém a esse homem cujo escopo é manter a ordem natural da fome e até de contar cilindros!
Procuro....
Dorothy Carvalho