Papo de índia

Não nasci indígena, mas tenho alma de índia, meus ancestrais. Vim para ajudar na evolução da minha família, ninguém me contou, mas grandes almas vieram enfrentar grandes desafios, para ajudar no grande sacrifício da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Herdei o sangue da minha bisavó e tive a graça de casar com alma de um índio guerreiro. Almas perfeitamente admiradas, por saberem lerem a linguagem do mundo. Extremamente da paz, porém com forças sobrenaturais. Não nascemos para a ganância, fomos escolhidos para pagar pena de gerações passadas, com a chance de cumprir uma missão única sem desperdica-la, para ganhar perdão no Conselho Celestial e reparação da mistura italiana, vinda dos dois lados. Depois do processo da morte em vida, equilibrando assim a membrana dos laços afetivos. Prefiro mais campos, rios, florestas, não sou do mar, prefiro água doce que brota das nascentes, gosto de animais, prefiro calor, não gosto do frio. Não sou mãe, caso delicado, porque o que vim cumprir vai muito mais além do que a maternidade e pela medicina, outros fatores que impedem de procriar. Respeito as fases das crianças e não as enxergo como crianças, sabendo disso todos fazem vista grossa, pois toda criança um dia será um adulto. E este já trás consigo uma ameaça ou por dar frutos ou por fracassar. Índio é desconfiado e isso é nítido dentro do âmbito familiar, jamais desrespeitando a hierarquia, o que está muito comum nos dias de hoje. Principalmente por ocupar lugar no mundo, mas ninguém sabe o papel que virá designar. Antes os índios eram revolucionários valentes guerreiros de batalhas com seu arco e flecha, triunfantes, hoje nós viemos vestidos, desfarcados de mulher e homem brancos e o nosso maior desafio é viver numa sociedade aprender a pintar as unhas ao invés do rosto, calçar sapato, ter que submeter a perfumes importados, maquiagem, disso eu me precavi, não concordando com essas futilidades. Enfim a colonização tornou a raça indígena mestiça, intrusos exploraram e saquearam a beleza natural, dessa raça em todos os aspectos eliminando a prova de bala, uma disputa injusta e covarde de homens extremamente foras da lei, corrompendo seus hábitos e costumes sagrados, sem defesa roubaram suas terras. Sempre quis escrever na linguagem indígena, mas sou mestiça já não sou nem índia, nem italiana muito menos portuguesa, mas um novo ser que encerra o passado dos seus ancestrais, com a consciência tranquila, entregarei minh'alma certa de que na caminhada a essência sofreu alterações no ponto onde parou, vim cancelar a maldição, sem deixar rastros, ou pistas da linhagem, que por entender o valor das almas, estou sendo poupada, em não ser responsável por continuar transmitindo gens de pais para filhos, como prole, filhos rejeitados sem pais são órfãos, filhos de pais ausentes rejeitados dentro de uma família é o que mais têm. Esta é nossa maior responsabilidade diminuir adultos doentes com almas feridas. E agora depois de adultos? Já percebemos que haviam muitos de olho em nós...

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 23/02/2021
Código do texto: T7191222
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