De Frente pro Crime
Cometi um delito gravíssimo... O de amar a escrita, pego em flagrante com a pena e o papiro fui levado ao delegado, onde fui jogado numa sela a espera de um julgamento.
Na manhã segui para o fórum, tremendo como um viciado em abstinência pus-me à frente do juiz, fizeram a acusação, os detalhes eram incontestáveis, as provas irrefutáveis, as testemunhas em silencio com o olhar reforçava o que a acusação pleiteava.
No júri a sentença era clara, horas de julgamento chega a sentença: "CONDENADO", prisão perpétua, sem permissão de visitas, o crime... Minhas escritas feriam os corações impuros, as minhas palavras confundiram as mentes retrógrada e minha visão do mundo como um todo, ameaçava as classes religiosas, políticas e familiares.
Levado a solitária muitas vezes pela escrita na cela, então vocês me perguntam:
Como consegui pena e papel?
Com poucas palavras eu respondo:
As escritas sangram dos meus dedos, as folhas em branco, são qualquer espaços entre quatro paredes...
Texto: De Frente pro Crime
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 21/02/2021