Ranger os dentes

Eu sou livre, não me apego em nada e mesmo que me agarram, tropeço, mãos me empurram, mas continuo arrastando porque não vou parar, até conseguir resistência, meu tempo é curto, muitos são os que desanimam. Mas sem esconder minha vontade de vencer vou rangendo os dentes, admito com humildade que sem outra opção, aprendi a amar lutando, não me importo com o adversário, faço de propósito não tenho medo dele. Sou valente, aquebrantada, não luto só, finjo fragilidade e sou, mas na minha fraqueza quando choro, em meus devaneios, permito me render e assim sucessivamente ficar num canto até que o mal estar da confusão aguda, me restabeleça do chão, levanto, recuperada novamente com a cabeça erguida. Mistura de humanos e tentações invisíveis sopram para derrubar quem está na atmosfera terrestre. Uma força superior protege com escudo da fé, controlando o combate mesmo, correndo risco de morte, sem saber quantas vezes consegui escapar do perigo. Admito para todos amo lutar com olhos fechados, pois são os golpes mais duros, que levamos vantagem. Mesmo sentindo os efeitos da dor, estando dentro, o cenário gira ou vira de repente como se a vida tomasse uma nova direção, assustada e acuada por sentir as pernas tremerem veridicamente sensações de disritimia sinto perder energias vitais. Descontando tudo no físico, perdia com o passar do tempo a juventude, ganhando força nas fibras do espírito começava despedir do meu rosto transfigurado pelas rugas que ganhavam mais espaço na matéria desgastada pela força que tem o tempo, acostumando com a vida e dominando mais os sufocos dos itinerários. Não é artes marciais, nem luta livre, mas a luta de quem não quer perder a alma.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 20/02/2021
Reeditado em 09/04/2021
Código do texto: T7189269
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