Sobre o amor
Hoje me peguei pensando sobre o amor.
É engraçado como uma palavra tão pequena pode nos afetar tanto, seja na sua presença, como também na sua ausência.
Hoje se fala tanto sobre o amor, com uma convicção absoluta do que se acredita que essa palavra signifique, mas a cada dia, quando ousamos olhar pelo lado de fora da janela, fica fácil notar que ela está presente só no falar. Se perde em meio a jogos de palavras e meras definição que se evaporam quando lançadas ao vento.
De que adianta ter uma ideia abstrata do que seria o amor, colocando em letras bonitas de músicas, poesias, em filmes e novelas, dentro dos templos, teorizando em artigos acadêmicos, se ele fica só no campo da imaginação? Nesse ideário de abstrações?
É estranho como brigamos com o nosso próximo sobre qual seria a "melhor definição", achando sempre que "a minha é a melhor versão". Verdades rasas demais, que ao menor sinal de sua fragilidade, de perigo, em questão de segundos, facilmente transformo o meu próximo em inimigo, com aquela dose de ódio.
Hoje acordei pensando sobre isso. Mais do que um ideal inalcançável, o amor talvez pudesse ser construção. Algo para se viver aqui, no nível do chão. No tête-á- tête. Algo construído de forma simples, um dia de cada vez. A única forma de materializa-lo, torná-lo paupavel e real, é amando. Amando a mim mesmo, amando meu próximo, amando até aqueles que as vezes nos machucam.
A verdade é que venho aprendendo. Com o tempo percebendo que, na maioria das vezes, não são necessárias definições, limita-lo a frágeis descrições, mas apenas vivê-lo em nossos relacionamentos entrando nesse processo de construção, é assim entender, que ele não é simplesmente um acontecimento, mas sim uma decisão, uma criação.