"DEMASIADO HUMANO".

E nessa breve vida de idas e vindas, entre nãos e sins, enganos e desenganos, por onde passeiam os "espíritos livres", vez ou outra, conseguimos enganar a alguns, ou nos deixamos enganar por outros, ou por nós mesmos. Imbuídos pela ideia de uma verdade inventada, que nos traga de imediato uma sensação de alívio e satisfação. Confortavelmente, acomodada, descansa a alma em sua quietude imposta. Por onde verdadeiros "eus" se escondem, evitando assim, o confronto consigo e com a imagem refletida no espelho. Em nossa ingênua e hipócrita condição de superioridade e esperteza, desafiamos o desconhecido e acreditamos que estamos preparados para o embate. Nos atrevemos, até mesmo, em nossa santa ingenuidade, a achar que podemos enganar ao pobre e famigerado coração que, fingindo-se de bobo, finge também acreditar em nossas disfarçadas mentiras internas e, segue em sua missão, pulsando em silenciosas batidas...chorando alegrias e sorrindo tristezas; demasiadamente desumanas.

Elenice Bastos.