RENASCER
Às vezes, após uma situação traumática, sentimos um pouco perdidos sem saber para onde nossa vida está indo. Sentimos desamparados com gritos vindos de dentro da gente.
É o momento para acordar as particularidades sensoriais em nós mesmos. É o momento para procurarmos sensibilizar somaticamente a nossa consciência do momento presente, expondo nossa mente e corpo numa experiência reunida de segurança e controle.
Buscar conter e subjugar alguma parte central do Eu inaceitável ou insegura, nos leva aos extremos nos separando do Eu, nos tornando em nosso próprio inimigo. Pois, onde antes buscávamos nos libertar de sensações dominantes, eventualmente juntamos a separação. Parece até, que nos divorciamos da vida, buscando uma maneira de se sentir real novamente, conectado com os outros e com a vida, para não sentir o nada vazio que, às vezes, buscamos e criamos.
No continuum do convívio nos adaptamos à frequência de traumas que seguem na direção de atitudes responsáveis ou irresponsáveis extremas, oscilando entre a inflexibilidade e o caótico, criando uma conformação falsa para abrigar e controlar, enquanto nos envolvemos em atitudes vulneráveis para abafar ou anestesiar a dor, pois, recorremos à segurança dos mesmos velhos princípios, aumentado a ira contra a fixidez imutável dessa parte desconhecida e incessante do Eu, que continua se tornando conhecida, chamando a nossa atenção. A estupidez humana é insuperável!
A solução se encontra na integração externa refletida na qualidade da integração interna, a fim de aceitarmos o Eu internamente e valorizar aquelas partes do Eu que realmente apreciamos que tenhamos preservado escondidas por tanto tempo, para aflorarmos recompostos do outro lado da dor.