Amar a quem quiser amar
O amor é nobre. O amor é inegável e irrefutavelmente nobre. Ele transforma, enriquece, amadurece, engrandece, encoraja. Ele faz sonhar, imaginar, planejar, ter esperança num futuro esplêndido, num amanhã melhor. O amor pode ser o combustível de muita gente que busca por forças na caminhada. O amor é muito maior do que podemos imaginar, sobretudo quando é verdadeiro, quando é genuinamente vivido sem preocupações, sem culpas, sem receios, com completa liberdade e devoção. É uma pena que muitos se permitam aprisionar por pensamentos equivocados e deixam passar a oportunidade de amar, de acreditar no amor, de senti-lo realmente. É uma pena que num mundo de ódio gratuito, o amor seja tido por vergonha abominável.
E digo isso porque a todo o instante as pessoas querem nos dizer quem devemos ou não amar, ao lado de quem devemos ou não estar. É não é apenas no sentido romântico do termo, em outros âmbitos também. As pessoas apontam seus dedos tortuosos num julgamento irracional que determina quem pode amar e quem pode ser amado e quais são as possibilidades aceitáveis. Mas o amor não obedece a padrões, é inútil tentar normatizá-lo como fazemos com procedimentos científicos. O amor simplesmente acontece, sem regras ou predefinições, ele simplesmente surge e nos transforma.
Então ame. Ame sem medo, ame sem insegurança, ame sem esperar por aprovações. Existe coisa mais sublime do que amar? Que mal há em apenas amar? Seja o amor que for, com quem for, simplesmente permita que esse sentimento sublime e divino domine a sua vida, os seus passos, a forma como você olha para o mundo ao nosso redor. Se as pessoas tivessem mais amor em seus corações não se preocupariam com a vida privada umas das outras, dirigiriam suas ações e sua energia para brigar pelas crianças que morrem de fome jogadas nas calçadas das grandes cidades, brigariam por mais dignidade ao pai de família que revira o lixo em busca de alimento para os filhos, não toleraria que mulheres fossem vitimadas e subestimadas apenas por seu gênero. As pessoas estão cegas de ódio e veem maldade em situações nas quais a única maldade é aquela que as faz atacar quem apenas quer amar e ser amado.
Não podemos nos envergonhar do amor nem temê-lo. Devemos, sim, repudiar o ódio, a intolerância, em todas as suas nuances e manifestações. Falta inteligência àqueles que se importam tanto com nossas escolhas pessoais. Falta bom senso àqueles que ao invés de viverem as próprias vidas e se tornarem inesquecíveis a alguém, dedicam parte valiosa de sua existência vociferando contra a felicidade alheia. Que possamos melhorar. Para os outros, também. Mas, sobretudo, para nós mesmos, para que nossa passagem por esse mundo não seja vazia de sentido, sem propósito, completamente desperdiçada.
(Texto de @Amilton.Jnior)