Ao Amarelo do Sol
Vejo tua luz, seu brilho, sua cor...
Ao saber que a chuva se foi e você voltou...
Que o dia se abriu e a esperança reinou...
Do que eu sentia só ficou o bem...
E a magia dos ventos, as casas azuis...
O sereno saudoso do brilho a luz...
Nada pode apagar seu raiar...
Nada maior seja, nem os galhos de cerejeira...
Que a alma feliz, já não esconde sorrisos, nem abriga desejos...
Soltos no vento a corar com seus raios...
Como dizer dos grãos da praia, do mar...
Infinitos desejos, passadas sem rumo...
Eu os sinto profundos grãos de areia infinitos, do tamanho do mundo...
Leva contigo, no entardecer, meu sorriso...
Que a noite fria fechava, mas que o amarelo do dia abriu..
Seus raios, venham pra mim, venham cada vez mais...
Afoguem meu olhar, nas estrelas no ar...
Não há mais a solidão do frio, nem a magoa de fundo de rio...
Há somente desejo que as horas voem, como os pássaros que voltam...
Ao dia lindo de Sol, ao amarelo escorrido da luz...
Traga o que estava perdido, amarrado sofrido...
Na tristeza da noite, no amor escondido...
Por trás das estrelas, da alma e sorrisos...
O gosto que deixas é de orvalho, de água, cascata...
É fonte que jorra e molha os sonhos, que carregas comigo..
Bem no fundo calado, pelo Sol aquecido...
No amarelo despontas e refaz meu sorriso...
Que um dia sorrirei novamente, no sabor quente...
Dos seus lábios de Sol...
Do amarelo brilhante, da vida sem antes...
Vem e traz o presente, não vá mais embora...
Deixa anoite sozinha escondida lá fora...
De um mundo que já foi meu...
Que morreu para mim e agora é seu...