Saudade e Educação
É engraçado, com sentido de estranho, o quanto a língua, em especial o vocabulário, representa um povo. Sempre achei linda a palavra "saudade", principalmente, por ela ser só nossa, genuinamente brasileira. Sete letras e, "voilà", têm-se um sentimento complexo definido em um começo de linha.
Não é à toa que a "saudade" é só nossa. Somos extremamente afetivos, conhecidos por abraçar e beijar estranhos ao sermos apresentados a alguém. Não importa a novela, série ou filme, o tema do amor se repete e, muitas vezes, é o centro da peça audiovisual. Duvido que exista mãe mais carinhosa no mundo que a mãe brasileira...
Por outro lado, os falantes de língua inglesa dizem: "I miss you" - eu sinto sua falta - um terço de uma linha. É, fomos mais eficientes, criativos e sentimentais. Eles, no entanto, fazem uma distinção importante ao não economizar palavras e ficamos para trás ao fazer uso de um pequeno termo apenas: educação.
Não serei repetitiva nem falarei dos diversos problemas que os brasileiros enfrentam para alcançar e ter assegurado esse direito. Esse texto é sobre um outro aspecto.
Retomando o raciocínio, os ingleses, os norte-americanos, entre outros, definem pessoas como "educated" quando elas tiveram acesso à escola, à universidade, ou seja, ao ensino formal. Para dizer que alguém é cordial e possui bom comportamento dizem "polite". Infelizmente, nas duas situações, nós brasileiros fazemos uso do termo educado apenas.
Assim, no Brasil, o uso de uma palavra só representa o preconceito que existe na sociedade. O que os "gringos" já entenderam e os brasileiros precisam entender é que diploma não é sinônimo de cordialidade e respeito. Bem como a falta dele não define uma pessoa como alguém que se comporta mal, que não é cordial ou é desrespeitoso. Nem sempre o educado é educado.