Tempo, vida e amor...

Rio-me quando escuto alguém auto proclamar-se filósofo. É mais ou menos a mesma coisa de alguém auto proclamar-se humano. Todos são filósofos, e ao mesmo tempo ninguém é filósofo. Todos o são: pq guardam em si uma entidade que reflete sobre si mesma, no espaço e no tempo, e se compreende finita. Esta capacidade dos entes refletirem sobre o que fazer com o seu tempo de finitude, é o que faz com que todos sejam filósofos. E ninguém o é: pq ninguém efetivamente ganha a vida fazendo filosofia. Ou são professores ou simplesmente desocupados. A miríade de repostas semelhantes a essa questão é o que pode se chamar de filosofia das massas. Desse tipo de filosofia, devemos nos distanciar, não porque concordo com a frase de Nelson Rodrigues, que disse que a unanimidade é burra, mas simplesmente porque o gosto da maioria não foi escolhido antes de responderam essa questão fundamental sobre o tempo e a vida. É claro, o que do ponto de vista da sobrevivência da espécie é legítimo, pois na busca da tendência de se igualar aos demais, o que age são nossos instintos-espelhos. O amor da maioria também segue esse mesmo instinto de sobrevivência. O amor da maioria é totalmente egoista, pois é simplesmente um amor como meio de juntar duas famílias com a ideia de legitimação de seus privilégios, ou, senão, reividica-se para si a posse de uma única pessoa para satisfação de seus egoísmo pessoais, por exemplo, através do sexo. Junta-se a alguém pelo intermédio do “amor” para se fazer sexo com uma certa regularidade sem ser adjetivada pejorativamente por isso. É assim o amor da maioria.

Quanto a mim, amo alguém que não conheço. Não no sentido físico, e sim metafísico. Não sei qual é sua visão de mundo, o que pensa e como enxerga o amor. Em suma, não sei que respostas dá para a questão que coloco nesse texto. Tudo que sei, assim como a obra do democrito chegou a humanidade, chega-me também aos fragmentos. Sei, por exemplo, que não enxerga perspectiva ao se relacionar comigo, mas sem perspectiva é alguém que sequer têm as respostas acima e crê que já detém a chave de todo o mistério da existência humana, inclusive, o da felicidade. Mas saiba que essa perspectiva de felicidade que denota, é mesquinha e vazia, e ela sim não leva a lugar algum.

Qual a perspectiva da sua vida, afinal? é o que já está decidido, contra a sua vontade até, pelo gosto da maioria? Me poupe. Você consegue amar melhor do que isso, tenho certeza!

O que te faz ser diferente da maioria?

A conta bancária da sua família, só, será?

Eu! que não estou interessado em semelhante pobreza.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 27/01/2021
Reeditado em 30/03/2021
Código do texto: T7169606
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