Celebração

Para cada segundo que eu te permiti me magoar

Eram duas horas que ficava a me martirizar.

Pudera, se nesse instante eu não me amei,

Como tu haverias de me amar? Não sei.

Penso em drama, tango, tragédia e traição,

Porém logo me resgato dessa raiva de trovão.

Sim, mereces meu perdão, mas não que eu te queira,

Afinal perdoar é amar de qualquer maneira.

É preciso ter hombridade, honrar nossa vida,

Ao invés de ficar tolamente açoitando feridas.

Celebrarei então com grande contentamento

A graça que recebi nesse exato momento.

Ninguém errou, foi apenas o moinho que rebuscou

A mágoa e tudo o mais que já passou.

Tristeza e melancolia só nos amedronta.

Está tudo certo, agora traga-me um café e feche a conta.