INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO CONTROLE: UMA EVOLUÇÃO OU UMA AMEAÇA?

Acontecimentos de diversas dimensões, desde sociais até biológicos, parecem demonstrar que a estrutura criada para lidar com crises tem se tornado ineficaz. Talvez nunca tenha alcançado a eficácia.

A crise de saúde atual - COVID 19 - expos o mundo a um caos mesmo em tempos de termos alcançado tecnologia suficiente para identificar o vírus, fazer previsões de sua capacidade de disseminação e as ferramentas disponíveis para mitigar seus efeitos, até que se encontrasse uma vacina ou medicamento capaz de contê-lo.

As falhas começam - e continuam a ocorrer - com a ineficácia dos gestores que detém os recursos e o poder para tomar medidas apontadas pelos pesquisadores como sendo as necessárias.

Continuamos a ver políticos tomando medidas não fundamentadas na ciência, mas, apenas atendendo a interesses de grupos financeiros ou tentando criar uma história pessoal vitoriosa perante a população que desejam que os mantenham na liderança nas próximas eleições.

Em meio aos esforços dos profissionais de saúde e dos laboratórios, as soluções vão surgindo, apesar da interferência nociva e, algumas vezes paralisante das autoridades governamentais.

Houvesse responsabilidade e compromisso com a vida, muitas vidas seriam poupadas e a doença estaria controlada.

Essa situação se reproduz em outras áreas, como na má distribuição de renda, gerando um contingente de famílias vivendo em condições sub humanas ao redor do mundo.

Também se verifica quando do investimento de recursos nobres para a indústria bélica, que recebe em muitos lugares mais apoio que laboratórios, sistemas hospitalares e de pesquisa científica.

Os resultados se refletem num momento histórico em que temos conhecimento, ferramentas e recursos para erradicar a pobreza, a fome e avançar nas questões de saúde, mas, vivemos sem esses benefícios.

Talvez estejamos presenciando a queda de um modelo político e econômico insustentável para muitos, que se sustenta por atender a minorias privilegiadas e que nos dirige a um caos ecológico capaz de ameaçar nossa espécie.

Seríamos incapazes de nos auto gerenciar?

As respostas parecem surgir daquilo que criamos: a inteligência artificial (IA).

Aviões já voam há muito, com piloto automático em grande parte de seus percursos. Automóveis autônomos começam a surgir e a se multiplicar. A razão: direção segura, redução drástica nos acidentes e no trânsito.

Esses exemplos estão distantes, mas, já não dirijo mais sem a ajuda do Google Maps em meu smartphone: com ele, eu faço o melhor caminho, evito percursos com trânsito parado e sou até mesmo avisado antecipadamente sobre a posição de radares e semáforos.

As empresas dependem cada vez mais de softwares de gestão, que reduz custos, identifica inconsistências e apontam oportiunidades.

Assim, a IA começa, aos poucos, a substituir o homem, trazendo vantagens como coerência, assertividade e economia.

Nossa história atesta a incoerência humana e a IA surge como a compilação de nosso melhor conhecimento colocada na condução de nossas necessidades.

Poderemos um dia substituir o controle humano nas decisões políticas pela IA?

Vejamos o Brasil: o governo, seja ele de qual vertente política, tem demonstrado incompetência e desinteresse na gestão dos recursos públicos para as áreas em que mais deve suas responsabilidades: educação, saúde, segurança e mobilidade urbana.

Os momentos de crise, como o aumento da devastação ambiental ocorrido na Amazônia por ações criminosas de grileiros e fazendeiros inescrupulosos, ou com a atual crise de saúde do Corona vírus, na qual a crise política entre os diversos níveis governamentais, capitaneada por uma desastrosa falta de estratégia do governo federal, demonstram a inabilidade humana na condução do país.

A IA pode assumir o controle e esse caminho parece ser um caminho inevitável. Em algum momento a IA poderia se conduzir a um futuro distópico de submissão humana, como nos filmes de ficção como o conhecido "O Exterminador do Futuro"?

São questões, possibilidades.

Podemos assumir o controle e colocar a IA ao serviço de nossos interesses, o que seria o ideal, mas, observando a história podemos supor que a IA cairá possivelmente nas mesmas mãos que atualmente se utilizam dela, operando robôs eletrônicos, gerando notícias falsas e manipulando a população.

Mas a IA é criação humana, alimentada por conhecimento humano acumulado. A diferença é o poder cada vez maior em armazenar esse conhecimento e, num salto evolutivo já alcançado, aprender.

Com a internet das coisas, podemos pensar em um sistema de alta inteligência que entenda que o homem é um ser predador e decida, assim, assumir o controle.

Distopia possível. Caminhamos para esse novo mundo? Quem viver verá.