Meu Paradoxo

Escureci no vale dos meus pensamentos, perdido. Transpareço alegria na tristeza sem fim dos meus versos que enlouquecem a razão de ser quem sou. Sou Vênus e Marte na espera do "armagedom terrestre", sou Eros e Afrodite na geração do meu universo. Crio e recrio, destruo no sopro. Me recomponho.

Sou a negação da minha própria existência porque não tenho mais nada para fazer do meu tempo. Tão longa e voraz: eternidade, se soubesses como tu és cruel, não se daria o prazer de existir. - Se eu soubesse quem sou, me daria o desprazer de me confundir sob nuvens nebulosas dos meus pensamentos só para não compreender a sagacidade do mundo, e de quem sou.

Tão pequeno e gentil, insignificante ser moribundo que insiste em ser infeliz na morada de um coração jovem, velho. Não sou carne e nem sou espírito, nem existência alguma há além da minha consciência de apenas estar, e não ser. O que é real? E o que não é? O que deveras sou nesse exato momento da minha vida, se não apenas parte de uma consciência que vai além do meu entendimento medíocre? Nada sei. Nada sou. O vazio e a imensidão existem ao mesmo tempo no paradoxo da vida.