Vozes da consciência XXII

Existem em nós várias vozes da consciência…

Essa que agora vos fala é aquela pessimista, desanimada, ferida, desiludida, desprovida de qualquer felicidade ou esperança, a qual se intitula de “Realista.”:

Prazer, a Realidade!

Vivemos uma existência num mundo de dor, onde todos somos demônios vestindo peles de cordeiros, onde todos somos vils egoístas e mesquinhos, onde todos usamos o outro como escada, consciente ou inconscientemente.

Onde no passado crucificaríamos um homem puro só para que ele não tentasse despertar uma possível pureza que dizem haver em nós.

E faríamos novamente no presente se aqui ele voltasse...

Nossas ações? Por mais que tenha um grosso verniz de bondade, são motivados por interesses egoístas, e aquelas ações que um pouco se aproximam do bem, em fácil procura encontra-se ali uma raíz de preguiça ou compensação por um mal de tamanho impossível de se ouvir a ouvidos nús.

Vivemos em um inferno, onde todos pagamos por pecados pregressos cometidos pelas próprias mãos em existências passadas, tanto individualmente como coletivamente, tanto por coadjuvância quanto por protagonismo.

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E até então tá tudo bem, o que esperar de uma espécie de inferno, de prisão para se pagar o que se deve? Demônios, não é mesmo? De todas as espécies… Até acredito que precisamos nos aceitar como somos...

Entretanto, todavia, porém…

Não é sobre os pecados pregressos que me indigno,

Minha indignação é pela falta de vontade de aprender, da ausência pelo prazer de aprender e extrema presença nos gozos excessivos da vida. Gozos quais nos afundam em nosso ego!

Somos repetentes, repetentes eternamente seremos, escravos de nós mesmos negando ver nossa face demoníaca, sem assim dar chances de um dia criar asas e não mais viver nesse inferno.

Passo agora a presença para outra voz, aquela que se intitula como Otimista, e costuma ser mais bem aceita...

Olá,

Isso também passará!

Boa noite a todos!