Etílica
Eu, pois, na devassidão de mim,
Nos esgotos de sentimentos remendados de uma piedade nula e fria
gasto meu último sangue, contido na íris cortante que se esconde em minhas pálpebras cansadas de não ver.
Meu hálito etílico me abafa, sufocando a dor que embriaga.
Minha sombra me joga no chão sujo de covardias que um dia deitei.
Vomito em mim as verdades que um dia desacreditei e as ressuscito,
num rito tão podre quanto verdadeiro.
Saio de mim vermelha pra encarar os azuis do ontem.