Série: Coleção de mensagens não enviadas II

Eu acho muito injusto esse nosso lance. Duas pessoas que se amam, continuarem separadas pelo orgulho de seus egos. Ultimamente tenho rezado bastante, não como aquelas pessoas que estão acostumadas a irem para as igrejas, é mais como uma conversa íntima com "o cara". Peço a ele que te traga novamente para a minha vida, e que se de repente não for mais possível, que me dê um sinal e que me ajude a te esquecer, porquê eu sofro o dobro de qualquer pessoa normal. Sempre fui assim, me jogando de cabeça sem me preocupar com as pedras ou com o fato das águas serem rasas demais...

Hoje eu te mandei um pequeno pedaço de uma outra mensagem que escrevi, mas não te enviei. Estou ficando bom em escrever mensagens que nunca serão enviadas, ao menos por completo... A mensagem é a seguinte:

"Sinto sua falta, você ainda é a primeira pessoa que penso quando acordo, e ainda é a última também. Fora os momentos em que penso em você no meio do dia. Sabe, meu casaco ainda tem o teu cheiro daquela última vez que o usou, eu fico feliz por poder te sentir comigo, mas também fico triste, porque quanto mais o uso, mais cedo teu perfume desaparece e logo você vai acabar ficando só nas minhas lembranças."

Confesso que agora, estou nervoso e bastante aflito já que sua reação pode ser de repulsa. Deus por favor, se essa for a reação, não deixe ele responder... Eu prefiro morrer aos poucos com o silêncio da sua resposta, do que uma resposta direta e afiada. Desculpe, eu sou fraco. Sou sensível, gentil, mesmo que esconda esse lado por debaixo de trezentas camadas de armaduras.

Eu tenho medo de não ser o suficiente para alguém, para você. Só de pensar em você, meus olhos ardem com vontade de chorar e meu coração acelera com medo de que esse momento, ou o próximo, seja o último a ter um rastro seu na minha vida.