Gozado

Não sei, onde estou? Pra onde vou? Sou fragmento, não consigo compreensão, não sei explicar, não tenho visão, uma vez ou outra consigo me sentir inteira, não quero reclamar sei que poderia ser pior. Estamos vivendo um pesadelo quero acordar, mas ele não tem fim. Se fosse o dia da minha morte, seria um dia ideal, mas a morte escolhe os piores dias quando não estamos preparados, isso não existe, morte ideal?! Perdão é tanta fraqueza, por causa dos problemas parece que bati com a cabeça, tudo gira, me sinto tonta. É como se eu não criasse vergonha na cara, sofrimento pega de surpresa. Sento o dedinho do pé na quina da porta a dor é tanta que choro, depois de tanto chorar com a unha sangrando, começo a voltar aos poucos sentindo alívio, vejo que não tem outra saída é gozado, mesmo com toda dificuldade consigo achar graça na incrível crise existencial, de que o ser humano é insano ser normal.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 06/01/2021
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T7153743
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