Esperança
As folhas passam livres sem me ver, não querem saber o que se passa comigo, insistente vem a poesia dando asas à imaginação, ela poderia ter acompanhado as folhas que fogem, mas o vento insiste em soprá-la em minha direção.
Fecho as portas e janelas, fecho os meus olhos, hoje não quero o sol, quero a escuridão do quarto, quero silêncio, preciso dormir um sono sem pressa, retirar da alma a sede de vida, por enquanto a solução esperarei dormindo.
Quando ou se um dia tudo isso passar, se alguém quiser vir me despertar, achar que vai valer a pena, vou aceitar de coração, mas vou pedindo, só me acordem quando a vida de liberdade que eu tinha voltar.
Perdi a paciência, vou parar de pensar como foi, sem imaginar como será.
Sem graça, perdi a vontade de ficar acordada cumprindo a sentença,
para não pensar em morrer, deixarei a natureza das coisas acontecer.
Dormindo ao menos irei sonhar, vou matar uma saudade acumulada, sonhando encontro o meu amor, a esperança vai ter que esperar,
enquanto voam pássaros, folhas, borboletas, não quero ficar acordada.
Um caminho por onde passariam os meus sonhos tinha que ter muitas árvores, flores e pétalas derramadas, o canto dos pássaros não poderia faltar, não para mim, não mereço, os meus sonhos esses que há muito carrego, esses sim.
Liduina do Nascimento