Esperança



As folhas passam livres sem me ver, não querem saber o que se passa comigo, insistente vem a poesia dando asas à imaginação, ela poderia ter acompanhado as folhas que fogem, mas o vento insiste em soprá-la em minha direção.

Fecho as portas e janelas, fecho os meus olhos, hoje não quero o sol, quero a escuridão do quarto, quero silêncio, preciso dormir um sono sem pressa, retirar da alma a sede de vida, por enquanto a solução esperarei dormindo. 

Quando ou se um dia tudo isso passar, se alguém quiser vir me despertar, achar que vai valer a pena, vou aceitar de coração, mas vou pedindo, só me acordem quando a vida de liberdade que eu tinha voltar.

Perdi a paciência, vou parar de pensar como foi, sem imaginar como será.
Sem graça, perdi a vontade de ficar acordada cumprindo a sentença,
para não pensar em morrer, deixarei a natureza das coisas acontecer.

Dormindo ao menos irei sonhar, vou matar uma saudade acumulada, sonhando encontro o meu amor, a esperança vai ter que esperar,
enquanto voam pássaros, folhas, borboletas, não quero ficar acordada.

Um caminho por onde passariam os meus sonhos tinha que ter muitas árvores, flores e pétalas derramadas, o canto dos pássaros não poderia faltar, não para mim, não mereço, os meus sonhos esses que há muito carrego, esses sim.



 

                                                        Liduina do Nascimento


 
Enviado por Liduina do Nascimento em 05/01/2021
Reeditado em 08/01/2021
Código do texto: T7152587
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