Um recado a nós, mulheres

Mulher, não se culpe por não se encaixar nos padrões de comportamento, beleza ou escolha impostos pela sociedade. Não seja uma eterna refém dos erros cometidos no passado, pois eles motivaram o seu crescimento e amadurecimento. Para além disso, perdoe-se. Nós, mulheres, não somos fortes o tempo todo. Às vezes é necessário nos permitirmos ser frágeis, escutar o eco da nossa própria voz, também nos entreolharmos no espelho, entregar-nos à solidão temporariamente e simplesmente não termos que explicar o que se passa dentro de nós a ninguém. Sabe, somos muito rotuladas, romantizadas pela nossa essência de delicadeza. Mas o mundo precisa entender que estamos longe de ser perfeitas. Aliás, a nossa perfeição está justamente na nossa imperfeição. Precisamos nos mover e entender que vivemos em um mundo sádico, ou seja, a maior parte das pessoas sentem-se felizes ao ver o sofrimento alheio. Por isso, não podemos maltratar tanto a nossa subjetividade, as nossas emoções ao tentar agradar os outros. Não precisamos ser sempre convencionais. Embora muitas das vezes a gente não perceba, a gente se importa muito com a opinião dos outros. A gente foi criada dentro de uma estrutura que nos leva a achar muito importante se importar com a opinião do outro. Não deixe de cursar aquela faculdade que tem o seu curso dos sonhos só porque não é o curso de Medicina, Direito ou Engenharia que seus pais queriam que você cursasse. Não deixe de sair sozinha vez ou outra se não tiver companhia com medo dos outros te verem como uma mera solitária numa mesa de um restaurante, eles não entendem que você é uma mulher bem resolvida que consegue curtir a própria companhia. Não deixe de vestir o vestido que você acha lindo só porque ele não está estampado na capa das revistas de moda no momento. Não deixe de namorar aquele cara só porque os seus familiares não gostam dele ou acham que não vai dar em nada. Não deixe os seus pais escolherem quem você vai se casar por você. E no que diz respeito à vida sentimental, por favor, não se sinta culpada ou frustrada porque alguém no qual você apostou todas as fichas não soube ser recíproco com você. A culpa não é nossa se não souberem nos valorizar. Nós precisamos associar todas as nossas decepções, frustrações, infortúnios e transformarmos tudo isso em RESILIÊNCIA. O que é resiliência? É a capacidade de resistir e reagir a impactos. Eu compreendo que é como sair machucada, com a alma dilacerada de uma grande guerra e ainda assim se levantar, seguir em frente e não desistir. Quando tudo não vem ao nosso favor, esse é o momento para sermos fortes. Deus nos fez mulheres, Deus nos fez um muro de guerra. Não precisamos nos fazer de vítimas das situações de conflito e das circunstâncias. Simone de Beauvoir, uma renomada autora, disse algo que não posso me esquecer de citar: "Não importa o que fizeram com você, e sim o que você fez com o que fizeram de você". Então vá em frente, derrube muros, alcance objetivos, ame e seja amada, realize sonhos, e desbrave o seu mundo! És valorosa, mulher.

Ane Cardoso
Enviado por Ane Cardoso em 02/01/2021
Reeditado em 21/11/2021
Código do texto: T7150109
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.