Sem descobrir quem és e amar quem és não amaras o outro
Não se ama verdadeiramente o outro sem amar verdadeiramente a si mesmo...
Parece clichê não é mesmo? mas, parece verdade...
O amor é o encontro de si mesmo no outro, como se existisse no amor uma espécie egoísmo bom, por assim dizer.
Pois amamos no outro tudo aquilo que reconhecemos belo em nós, ou, que sentimos falta em nós.
Bem como o amor por nós mesmos nos faz aceitar nossas sombras, tornando assim compreensível também a aceitação das sombras do outro.
Entretanto, se não aceitamos a nós mesmos, se não amamos a nós mesmos, depositamos no outro todo o rancor de nós mesmos, talvez com maior vigor que o próprio amor… onde já não é mais amor.
Toda vida, não queiras apenas os prazeres do amor, pois no amor também há guerra, pois em certas guerras está a paz que buscamos.
Como uma mãe, que para educar seu amado filho, o sujeita a circunstâncias de dor. Pois como diria Gibran, “O amor também vos poda.”
Quando amamos a nós mesmos, reconhecemos com glória nossas qualidades, toleramos com paciência nossos defeitos, defeitos quais lapidamos para que se transmutem em qualidades.
Pois o amor sem crescimento se torna um vício, preguiçoso, possessivo, egoísta e daninho... Deixando, mais uma vez, de ser amor.
Entretanto, em qualquer estágio que esteja o sentimento do amor, mesmo que na mais profunda dor, no mais profundo rancor…
O amor, por ser divino, ainda é transmutável, e como um fogo que cresce quando alimentado ele ressurge com todo explendor, como uma flor de lótus que desabrocha em pleno deserto.
Afinal, como diria Platão, o amor é a liga que une toda a existência, existência qual anseia para que encontremos a nós mesmos, para que sejamos nós mesmos, para que amemos a nós mesmos, refletindo assim esse amor por onde formos... O alimentando para que se torne cada vez maior, até que possamos vê-lo/senti-lo em sua plenitude, una!...
Pois a unidade do amor é nossa verdadeira identidade que devemos emanar ao outro.