Pra não esquecer quem importa
Foi um ano difícil, quantos amores não morreram? Amores não morrem, histórias não morrem, corpos morrem, memórias sobrevivem
Eu vi o mundo lá fora desabar, mas não tanto quanto o mundo desabou dentro de mim
Em um mês, coloquei minha mãe numa casa de reabilitação, meu vo num asilo e meu pai num caixão
Tudo que eu conhecia como família, eu vi escorrer igual areia nas mãos.
Eu que nunca nem tinha dormido sozinho, fui obrigado a morar só, comigo mesmo e me conheci, conheci e desconheci pessoas incríveis, com todas elas eu aprendi um pouco a ser melhor. Até as que disseram que estariam ali e quando eu precisei não estavam mais.
Família é aquela que nos acolhe e não aquela que têm nosso sangue.
Isso aqui não é só um desabafo, é o desabar de um homem que descobriu que nem toda força do mundo nos faz tão forte.
Eu estou bem, foi um ano ruim e a única opção era sobreviver, eu sobrevivi. Eu não tenho um deus pra me apegar, mas a única pessoa que eu boto fé, segue de pé, todo os dias cedo, eu.
E é por mim que eu vou permanecer lutando, apanhando, mas acima de tudo, insistente.