EVASIVA
Nascemos ignorantes, mas não devemos permanecer estúpidos.
À primeira vista, parece não haver nenhuma razão racional para a ignorância proposital, que em princípio é uniformemente indesejável.
Contudo, em retrospectiva aos últimos dez meses da tragédia que atingiu a saúde humana e a economia global, a ignorância pode ser mais confortante do que podemos imaginar.
Qual é o sentimento mais constante derivado dos noticiários que lemos nos jornais, assistimos na televisão e ouvimos nas rádios que anunciam o número das vítimas contagiadas subindo e, às vezes, o rol das fatalidades caindo com a nossa ansiedade acompanhando o inverso dos índices? Desalento e medo, ou a incerteza? Muitas vezes não queremos saber! Mas é sensato nos amparamos na ignorância obstinada, fazendo vista grossa e fechando os olhos para um desastre em curso?
A ocultação na ignorância intencional, não passa de uma decisão de má-fé para desconhecer algo e justificar a inércia em tomar decisões indesejáveis que tais informações imponham. Obviamente existe uma distinção entre intervenção hábil, intervenção mal aplicada e ignorância intencional de fatos concretos. Mas, não há nada novo na realidade, exceto o que desconhecemos! Porque, então, ignorar?
A própria Bíblia se manifesta sobre a intencionalidade da ignorância, fazendo uma distinção entre ignorância e inocência. “Embora a ignorância não intencional sobre tópicos terrenos seja compreensível, a ignorância intencional sobre assuntos espirituais pode levar à destruição eterna (Romanos 1: 18-23).” Como diz a citação: "Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a verdadeira tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."