Por que? porque
por que?
Eis a pergunta central
O anseio humano
O recuo frente à dúvida
A desistência do ilimitado
Recusa de humanidade
De finitude
Canção incompleta que exige complemento
Carícia endereçada
Que exige remetente
Boca que suplica palavra
Conforto
Sentimento de união afetado pelo estado esquizo
Lábios que antecedem a palavra
palavra que media o desespero
Da tua ausência
Do hálito que inebriava
Que me estabilizava
Porque imprimistes em mim a incerteza
Estou à deriva
Em busca da compreensão impossível
Da ausência tua estrutural
Que aponta minha fragilidade e incompletude
Por que?
Porque não se escolhe a alienação primordial
Simplesmente se entrega
A pergunta central é
Tu alienastes a que?